Pular para o conteúdo principal

O Brasil está estagnado. E agora?


Não é novidade para nenhum empresário brasileiro que a situação do mercado nacional está complicada. Os resultados das eleições presidenciais foram positivos, porém a falta de resultados tangíveis do governo atual trouxe recuos por parte da sociedade no que tange investimentos.

A situação é bastante complexa. Mas posso afirmar que esperar pela aprovação de projetos e reformas é um erro. E esse erro está sendo o padrão nos negócios nacionais.



Por que é um erro?

Porque reflete falta de capacidade estratégica. Perceba, a competição segue, o mercado segue, mesmo que menos aquecido. A concorrência nesse momento é maior que em ambientes de bonança econômica.

O que os gestores estão esperando? Que milagrosamente a economia volte a crescer para que todos tenham maiores fatias de mercado devido ao aumento da demanda?

Isso é estratégia?

Tenho ouvido dois tipos básicos de relatos, totalmente antagônicos, de empresários com visões antagônicas:

I)                Enquanto as reformas não forem aprovadas, as medidas básicas são enxugamento de custos e redução de estoques, mesmo que isso acarrete a piora dos serviços prestados e estagnação da carteira de clientes.

II)              Enquanto os concorrentes estão apertando os cintos e piorando sua prestação de serviços, nós estamos investindo em processos, inovação e em serviços cada vez mais qualificados, ganhando mercado e aumentando a carteira de clientes.

Você consegue ver a diferença entre ser reativo e proativo em um mercado em crise?

Se sua empresa está em uma situação difícil, possivelmente muitos de seus concorrentes estão enfrentando o mesmo cenário. Em geral o empresário brasileiro é reativo. Mas existem empresas crescendo e aumentando sua participação no mercado. Tendo lucros enquanto outros estão fazendo grandes sacrifícios para pagarem suas contas.

Não são raros os empresários que nesse momento estão investindo recursos próprios em suas empresas, de maneira a manter o caixa positivo, mesmo que de maneira artificial.

Já havia previsto a crise brasileira em artigo publicado em 2011. Passados 8 anos, é perceptível que a ampla maioria dos gestores não foi capaz de buscar alternativas para aumentar a competitividade de suas organizações.

Não previram a crise. Não se adaptaram ao novo cenário. E hoje esperam que o Governo resolva seus problemas.

Mas a incompetência organizacional é independente do governo.




Existem 4 pilares básicos para as organizações: Estratégia, Estrutura, Processos e Pessoas. E qualquer gestor minimamente atento deseja melhoras esses pilares, de forma a tornar a empresa mais competitiva.

As reformas propostas tendem a melhorar o cenário econômico brasileiro. Mas a incompetência interna das organizações não será sanada, apenas maquiada.

Não gosto de analogias, mas vamos simplificar a situação: sua organização está em guerra com outras organizações por clientes, por lucros, por presença no mercado. E nesse terreno inóspito de batalha, que é o mercado atual, a opção é por entrincheirar seus exércitos, reduzir investimentos em tecnologia e processos? Sua estratégia de guerra é esperar as condições climáticas melhorarem para deslocar sua infantaria?

Melhores condições irão lhe ajudar. Mas irão ajudar seus competidores também.

Se você optar por melhorar seus 4 pilares agora, você se tornará mais competitivo, independente das condições externas. Na verdade, já deveria ter feito esse trabalho, assim como aplicar um processo de melhorias contínuas, buscando ser cada vez mais forte e mais independente das situações que a economia apresenta.

Se seus clientes não estão comprando suas soluções nesse momento, você precisa encontrar novos clientes ou oferecer novas soluções. Precisa encontrar maneiras de ser mais competitivo e sufocar ainda mais seus concorrentes.

Crises são grandes oportunidades.

Seus “inimigos” estão fragilizados. Optar por se fragilizar também e esperar que o ambiente melhore para todos é um erro sepulcral. Sua empresa deve ser mais inteligente, mais ágil. Deve ser mais combativa.

Você precisa melhorar seus pilares AGORA. Precisa fazer algo diferente AGORA. E precisa mudar sua postura reativa AGORA.

Quanto tempo suas reservas irão manter sua empresa nessa guerra de trincheiras?

Faça investimentos inteligentes. Reinvente sua forma de batalhar pelo mercado.

Ou espere que seu concorrente o faça. E sinta os efeitos de uma guerra com técnicas que você desconhecia. Com ações para as quais você não se preparou.

Lembre: Sun Tzu, em a Arte da Guerra, trata de nunca pressionar um inimigo em uma área geográfica que não lhe dá rotas de fuga, que seja para alguns dos membros do exército rival, pois o mesmo irá lutar até a morte naquele território e a batalha será ainda mais feroz, com muito mais baixas para seu exército.

O que quer dizer isso?

Quer dizer que o ponto de desespero está chegando para muitos exércitos (empresas). 

E eles batalharão para se manter vivos, com queimas de estoques, preços com margens mínimas ou até negativas, desde que consigam um fôlego para seu fluxo de caixa e respirem por mais alguns meses.

Essas batalhas são terríveis para todos. E seus efeitos podem ser devastadores a curto e médio prazos. E você vai estar sujeito a elas quando resolver sair de suas trincheiras ao mesmo tempo que seus concorrentes.

Se é que não está passando por isso agora mesmo.

É a hora de ser inteligente. Fortaleça seus pilares (Estratégia, Estrutura, Processos e Pessoas) e parta para a dominação do mercado antes que seja engolido pela barbárie das batalhas de empresas reativas tentando sobreviver no mercado.


Alex Kunrath, Consultor Sênior





A IDAti é empresa de Consultoria e Treinamento especializada em Reestruturação Comercial (Marketing e Vendas integrados) de Porto Alegre, RS, com atuação nacional.



Conheça nossos cursos online e tenha acesso à materiais exclusivos para download:



O site Aulas de Negócios é um compêndio de materiais de consultoria e treinamento desenvolvido pela IDAti e seu conteúdo é protegido pela Lei nº 9.610, de 1998. Todos os materiais são para seu desenvolvimento pessoal e profissional, sendo que a replicação desses conteúdos em aulas, palestras e consultorias sem a prévia autorização será considerada crime de violação de direitos autorais.

Postagens mais visitadas deste blog

Não existem atalhos para o Gestor

Está cada vez mais comum e crescente a busca por soluções mágicas para os negócios. E isso está mais relacionado com a incapacidade pessoal dos gestores e empreendedores que com a validade de formalismos. Qual a grande evolução gerencial das últimas décadas?  Pessoas são um desafio constante, a execução de estratégias, formar um ambiente inovador na sua empresa, redesenhar e agilizar processos, satisfazer e captar clientes cada vez mais exigentes. Isso não é novidade.   A novidade é que existe um verdadeiro deserto de ideias realmente inovadoras e que se enquadrem nos moldes de cada organização. Cada empresa é única. Pessoas são únicas. Estratégias são altamente complexas se configuradas envolvendo diversas áreas e especificidades.   Isso cria uma fórmula de sucesso. Foco, interação entre áreas, pessoas altamente engajadas com o futuro organizacional.  Mas essa estrutura de inovação constante é rara devido à alta complexidade de alinhamento. Buscar alinhar a orga

Como utilizar KPI’s na Gestão Comercial?

A criação de indicadores é a chave para aumentar drasticamente a velocidade das ações organizacionais. No mercado precisamos ser proativos e capazes de tomar decisões em poucas horas. Tradicionalmente as empresas formulam seu planejamento de maneira bimestral, semestral e anual. Os ajustes nesse planejamento ocorrem de maneira reativa às situações de mercado, sejam econômicas, sociais ou mesmo ações da concorrência. E muitas vezes pode ser tarde demais. Por isso os gestores precisam de indicadores, para lhe fornecer respostas imediatas sobre o que está acontecendo no ambiente interno e externo à organização. Na área comercial não poderia ser diferente. Uma gestão baseada em indicadores é garantia de alta performance na área de vendas. Quando se utilizam os indicadores corretos. No vídeo abaixo, em 90 segundos apresento os Indicadores Chave de Performance (KPI’s) para Gestão Comercial: Positivação, Ticket Médio, Mix de Produtos Vendidos, Descontos e Prazos

Apple: a Maçã apodreceu?

Perfis de liderança: o caso da Apple Nesse artigo vamos analisar perfis clássicos de liderança, fugindo dos modelos atuais de autoajuda empresarial. Nos anos 60, Antony Jay, um dos mais brilhantes pensadores da gestão moderna, descreveu 3 tipos de gestores: Iode, Comissário e Híbrido. O Gestor Iode O Iode é um profissional altamente criativo. Sua capacidade de criar é muito acima da média. Porém, não se trata de um executor de tarefas e sim um criador de tendências e modelos. O Gestor Comissário O Comissário é um gestor extremamente abnegado às tarefas e prazos, sendo um gestor capaz de produzir o objetivo fixado de forma pragmática e dentro de prazos. Sua visão de processos é ímpar. Porém, não se trata de um profissional criativo, longe disso. O Gestor Híbrido Esse é o perfil mais raro de gestor, sendo capaz de criar e executar tarefas de maneira extremamente competente. Perceba que estamos tratando de 3 perfis de liderança, sendo dois rivais

Como faço para abrir um negócio próprio?

Essa é uma pergunta frequente que recebemos de nossos inscritos. Então mãos à obra! Caso você esteja pensando em abrir um negócio, vamos começar por uma reflexão: No que você é bom? Pode parecer estranha a pergunta, já que vivemos em uma sociedade que reitera o jargão de fazer o que gosta. Mas trata-se de uma pergunta chave. Ninguém deve abrir um negócio em uma área que não domina. Simples assim. Praticamente todas as áreas possuem uma ampla concorrência estabelecida. Então vem aquele velho pensamento de que seu produto ou serviço é diferente do que o mercado oferece. Você prepara o “melhor suco de tangerina com couve do mercado” e ninguém oferece algo assim. Vamos lá: não importa se os concorrentes não oferecem o mesmo produto ou serviço que você. Importa se sua solução pode ser substituída. ESSA É A BASE DE QUALQUER PLANEJAMENTO DE NEGÓCIOS: SABER NO QUE VOCÊ OU SUA EQUIPE SÃO EXCELENTES E COMO PODEM ENFRENTAR A CONCORRÊNCIA COM SUA SOLUÇÃO. Empree

Já pensou que “pode ser” pode ser muito ruim?

Todas as pessoas que possuem acesso a meios de comunicação no Brasil conhecem a propaganda da Pepsi, onde a empresa utiliza o slogan “Pode ser muito bom. Pode ser Pepsi”, quando um cliente não encontra Coca-Cola e lhe é oferecida a opção Pepsi. Pois bem, essa propaganda está surtindo resultado positivos nas vendas da empresa. Porém, mesmo com bons resultados em curto prazo, um olhar mais crítico pode ser crucial para percebermos os abalos que a marca poderá sofrer em médio e longo prazo. Por que? A resposta é simples: posicionamento. Quando analisamos um pouco sobre a história dos refrigerantes de cola, percebemos que a Pepsi rivalizou por anos com a Coca-Cola pelo domínio do mercado mundial. A “nova geração” enfrentava os “tradicionalistas vermelhos” em uma batalha feroz pela preferência dos consumidores, chegando inclusive a ser o refrigerante mais vendido do mundo por um breve período de tempo. A Pepsi tem em sua história o comercial mais caro já produzido, onde Mi

Estudo de Caso - As 15 Lojas

Ambiente (2016) Procurados por uma empresa de venda de chocolates Premium com o objetivo de alavancar as vendas em seus PDVs. Apresentação da Empresa A empresa é um grande Franqueado no varejo do RS e possui aproximadamente 15 PDVs com uma equipe de vendas flutuante de 40 a 60 colaboradores. Para a execução das atividades a empresa precisa atender a todos os critérios de qualidade da Franqueadora, o que afeta diretamente na sua receita, o franqueado é exemplo na organização dos seus PDVs e acompanhamento dos indicadores impostos, ficando com um gap no quesito vendas. Já foram realizadas ações com o objetivo de aumentar a circulação de clientes nos PDVs e captação externa de clientes. Consultoria Iniciamos a consultoria com um foco principal definido pelo contratante: aumentar o ticket médio de vendas para os clientes, sem aumento ou ações de captação de clientes. Dividimos a consultoria nas seguintes etapas: ·           Vis

A integração do Marketing On-line e Off-line e sua influência em vendas

Marketing possui significado muito mais simples do que a maioria dos autores tentam explicar. Market é Mercado, Ing (interagindo, fazendo). Então vemos a interação, a constante adaptação de estratégias e posturas de uma empresa diante do mercado. Para nosso debate, Praça já foi objeto de estudos, nos anos 60-70, dentro dos 4 P’s (Preço, Praça, Produto e Promoção), significando Disponibilidade dentro de uma estrutura de segmentação de público-alvo. Então a Promoção ativaria esses clientes, criando interesse por parte de seus consumidores-alvo, seus Produtos seriam criados e posicionados pela sua qualidade, assim como variáveis de Preço (questões financeiras relativas ao mesmo) seriam o ponto final de análise da sua estrutura estratégica interna. Mas como se encaixa a venda on-line nesse modelo? Simples, alguns dirão: coloque seu produto ou serviço na internet, divulgue, venda e tenha um bom prestador de serviços para entregas. Use a promoção on-line, redes sociai