Você já deve ter visto diversas pessoas falarem sobre o
tema. Estão perdendo relevância, seus conteúdos não chegam para inscritos ou contatos
nas redes sociais.
E isso é verdade. Nesse artigo você vai entender como
funciona essa sistemática.
A eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos
iniciou uma mudança nos algoritmos dessas redes, assim como um controle de
palavras-chave e relevância. Pessoas que se tornaram engajadas em temáticas
polêmicas sofrem com o chamado Shadowban.
· O
que é Shadowban?
Em bom português, o shadowban é o banimento para as sombras,
isso é, estão escondendo pessoas e canais em redes sociais.
Os “escondidos” não são preferência em buscas espontâneas,
tais como os “vídeos mais assistidos”, diminuindo a atração de novos seguidores,
assim como a cada publicação aparecem para uma parcela cada vez mais restrita
de seus seguidores ou inscritos.
No caso de um perfil pessoal, uma parcela ínfima de suas
conexões recebe suas atualizações.
·
O que são temas polêmicos dignos desse tipo
de censura?
Aqui está uma chave muito
importante para compreender esse conceito.
No período eleitoral brasileiro,
o Facebook e o Youtube se tornaram verdadeiros campo de batalha entre pessoas ligadas
ou à esquerda ou à direita, assim como previamente aconteceu na eleição
americana.
Campos de batalha geram
estresse nos usuários. E a tentativa dessas redes é diminuir o estresse entre
os usuários.
·
Análise da demanda:
Vamos olhar a questão de estresse
de maneira mais técnica.
DEMANDA: FACEBOOK (últimos 5
anos)
A queda de relevância do Facebook
está sendo constante, o que demonstra que a rede social está perdendo usuários
de forma bastante relevante.
DEMANDA: YOUTUBE (últimos 5
anos)
Mais uma plataforma que perdeu
demanda, principalmente a partir de 2016.
IMPORTANTE: quando se fala em
demanda, se fala em usuários pesquisando online sobre a plataforma. Obviamente,
os aplicativos dão acesso direto à plataforma, o que foge das pesquisas de
demanda. Mas olhe o caso brasileiro: temos milhões de usuários do youtube, mas
outros milhões que não acessam a plataforma. E esses usuários que não acessavam
o Youtube estão cada vez menos interessados em conhecê-la. O CRESCIMENTO DAS
HORAS DE VÍDEO CONSUMIDAS SE DEVE AOS ATUAIS USUÁRIOS.
Para demonstrar que o interesse é
sim relativo à demanda online, analise a demanda do Instagram nos últimos 5
anos:
DEMANDA: INSTAGRAM (últimos 5 anos)
O Instagram, rede social de
propriedade do Facebook, está em amplo crescimento.
Vamos aprofundar a análise da questão
do Shadowban:
·
O Estresse inibe a demanda de redes sociais?
Fazer parte de uma rede social envolve o desejo de se
conectar, de fazer parte de algo.
O Facebook, com sua política de shadowban, está agrupando
pessoas em bolhas sociais e as retirando da interação com outras pessoas que apoiem
ideias divergentes das suas.
Exemplificando, se você apoiava o candidato Bolsonaro nas
redes, você passou a ser menos presente na timeline de pessoas que
apoiavam o movimento Ele Não.
Assim diminuem as interações entre pessoas que, apesar de
conectadas, possuem posicionamentos divergentes e potencialmente podem se
envolver em discussões e situações de estresse.
Quantos casos você conhece de pessoas que deixaram de
utilizar o Facebook nas eleições e depois delas? O próprio Youtube busca
direcionar conteúdos dentro de bolhas seguras, onde você, usuário, será
apresentado à conteúdos mais “confortáveis” para você.
Independente dos temas mais relevantes, mais discutidos.
Olhe o Instagram: basicamente uma rede de registro de
momentos felizes. Poucas palavras, a não ser frases motivacionais. É difícil vermos
conflitos no Instagram, trata-se de uma rede de consumo de felicidade
artificial.
E o Shadowban inibe o crescimento de usuários “polêmicos”.
Estamos diante de uma intervenção. E a única justificativa é
a diminuição do estresse nas redes.
· ESTRESSE
NÃO VENDE
Pessoas mais estressadas e influenciadas pelo cortisol, hormônio que age no cérebro e dita o comportamento típico de “lute
ou fuja”, tem inibido o interesse em compra de produtos ou serviços. Seu cérebro
está em modo de alerta, o que é péssimo para os negócios.
A fonte de renda principal das redes são seus anunciantes. E
a conversão entre visualizações de anúncios e compras diminui drasticamente em
pessoas estressadas.
Portanto, temos aqui a única análise possível para o
fenômeno de relevância em redes: pessoas ou canais que causam estresse estão
sendo tolhidos de seu alcance.
· Análise
Vivemos hoje um duopólio de controle das redes sociais que
aglutinam a ampla maioria dos usuários mundiais: Facebook e Google.
O foco dessas companhias é o lucro. E a liberdade das
pessoas em sua interação é um mau negócio. O que está sendo feito com essa
política de relevância é diminuir o estresse dos usuários das redes, tornando sua
experiência mais tranquila e mais rentável.
Porém, essa manipulação dos usuários, de forma a tornar os
mais bovinos mais relevantes e silenciar em suas bolhas aqueles que instigam reflexões
ou discussões, dita também que tipo de conteúdo as pessoas podem receber e,
consequentemente, sua capacidade crítica.
As pessoas leem cada vez menos e consomem cada vez mais
conteúdos digitais.
Esse processo de “aprendizagem” e socialização virtual está
sendo tolhido por empresas duopolistas.
Em nome da satisfação e diminuição do estresse.
Em nome do adestramento dos seus clientes.
Aulas de negócios meu caro leitor.
ALEX KUNRATH, CONSULTOR SÊNIOR DA IDATI
MATERIAIS DE EDUCAÇÃO EXECUTIVA: