Pular para o conteúdo principal

Capital Humano


Artigo focado na gestão de Recursos Humanos de pequenas empresas. Você conhece seus colaboradores? em que o capital humano afeta sua empresa?


As empresas em geral supervalorizam os ativos que adquirem, mas nem sempre dão a mesma ênfase na valorização do capital humano. Em geral são empresas constituídas há alguns anos, que encontraram uma boa rentabilidade e conseguiram alcançar certo sucesso (ao menos aos olhos dos gestores) em seus mercados.  Mas esse sucesso é sustentável?

Uma empresa não se mantém sem pessoas enraizadas em sua cultura, sem que os funcionários sejam realmente colaboradores dentro do desenvolvimento do negócio. Mas este é um ponto delicado: não é fácil transformar funcionários em parceiros de seu empreendimento.

Obviamente não é possível desenvolver aqui uma solução generalista que solucione todos os problemas em relações humanas dentro de qualquer empresa, tampouco essa é minha pretensão. Mas é possível elencar algumas possibilidades que vão auxiliar as pequenas empresas na mudança da gestão de pessoas dentro de sua organização.

Nesse artigo vou abordar alguns aspectos das relações humanas dentro das empresas e algumas ferramentas de compreensão dos grupos, o que vai auxiliar na sua tomada de decisão quanto às melhores práticas a serem desenvolvidas junto ao seu grupo de trabalho.

Antes de começarmos, uma reflexão: Quantas vezes você Gestor ouviu seus colaboradores, suas idéias? Existe algum tipo de incentivo à participação destes em assuntos referentes à empresa? Você percebe algum receio por parte de sua equipe em expor idéias e sugestões? Existe algum grau de independência na tomada de decisões por parte dos colaboradores?

Muitas vezes o que se percebe são equipes dependentes, pessoas destinadas a obedecer e seguir fielmente o que lhes é imposto. Por experiência sei que nestes casos a argumentação padrão dos gestores é a de que “eles não conseguem fazer nada sozinhos ou não tem competência para decidir. A empresa chegou onde chegou graças à minha liderança e a minha visão do negócio”.  Mas aqui temos 2 problemas: a) chegou onde chegou ... mas e o futuro da empresa? E se o gestor adoecer? a empresa simplesmente pára? b) tempo. Quando um gestor assume a grande maioria das decisões, ele não tem tempo para exercer sua atividade mais importante: pensar.

Caro gestor, quanto tempo você perde com decisões que poderiam ser tomadas por seus subordinados? Você possui tempo livre durante seu expediente ou nunca tem tempo para nada? Se a resposta for falta de tempo, algo está errado. 

A premissa de qualquer análise de Recursos Humanos é um processo decisório inteligente em sua empresa. Se você está com dificuldades nesse sentido é momento de conhecer seu time e começar a repensar as estratégias envolvidas em seu negócio.

Primeiro ponto: você conhece seus colaboradores?

Quando se fala em conhecer as pessoas de sua equipe, não se trata de conhecer nomes ou mesmo a família de algum deles. Trata-se de conhecer seu perfil, suas capacitações e seus pontos fortes e fracos. Abaixo seguem algumas questões importantes neste primeiro momento:

Conhecimentos:

Ø  Conhecimento teórico: quais os cursos que seu colaborador cursou que podem agregar ao seu negócio?

Ø  Conhecimento técnico: qual o domínio que seu colaborador tem de sua função, de sua empresa e do segmento em que você atua?

Ø  Conhecimento prático: quais as experiências profissionais do seu colaborador?
Perfil: 

Ø  Como o colaborador se enxerga?

Ø  Como o gestor do colaborador o enxerga?

Ø  Como os colegas vêem o colaborador?

Pontos fortes e fracos

Ø  Seu colaborador é pró-ativo ou reativo?

Ø  Como trabalha em grupo?

Ø  Existe troca de informações entre o colaborador e os colegas?

Perceba, essas são questões que induzem à avaliações psicológicas e de conhecimentos. Mas será um choque em sua equipe se você reunir a todos e simplesmente aplicar questionários com o auxílio de um profissional para fazer este levantamento diretamente, o que pode trazer respostas fictícias e gerar um perfil irreal sobre seu time.

Portanto, a cautela nesse momento é importante. Comece avaliando as questões sobre conhecimentos do grupo, pois são as respostas mais assertivas que você irá extrair em um primeiro momento. Quanto às demais questões, busque com os gestores diretos as primeiras impressões. E anote suas primeiras impressões sobre seus gestores: eles conhecem suas equipes? Se você é o gestor direto desses colaboradores, você consegue traçar o perfil inicial que você percebe de cada membro da equipe?

Segundo ponto: tenha uma postura transparente

Reúna sua equipe e exponha que a empresa está traçando seu planejamento estratégico para os próximos anos e que a participação de todos nesse momento é fundamental. Convoque seus colaboradores individualmente a conversar com você. Hora de saber o que seus colaboradores pensam sobre o mercado, a concorrência, os produtos, os clientes e sobre a própria empresa. Quais são as pretensões de cada um deles? O que podemos fazer para melhorar nossos produtos e serviços?

Terceiro ponto: mapeamento de perfis e competências

Hora de levantar pontos fortes e fracos de cada um, conhecer os perfis de seus colaboradores e assim definir quem serão os tomadores de decisão de sua empresa. Existem diversas empresas que prestam este tipo de levantamento dentro dos Recursos Humanos de sua empresa. A diferença está no foco que você irá orientar para este levantamento.

 Busque capacidades como: tomada de decisão, trabalho em grupo, visão analítica, criatividade, adaptação à mudanças, liderança, planejamento, assertividade, habilidades em lidar com estresse e com sentimentos.

 É interessante utilizar essas informações na estruturação de perfis para os postos de trabalho de sua empresa. Isso irá facilitar a busca de novos profissionais quando necessário.

Quarto ponto: cruzamento de informações

Analise as informações captadas nas percepções iniciais, nas conversas individuais e no mapeamento de perfis e competências. Quem são os profissionais da sua empresa? Que funções essas pessoas desempenham hoje? Quais estão prontas para novos desafios e responsabilidades? Quais precisam de aperfeiçoamento?

Nesse momento você tem todas as informações necessárias para compreender sua equipe e iniciar um processo de mudança em sua gestão. Tenha certeza de ter preparado bem as pessoas para novas responsabilidades, pois uma mudança brusca pode trazer, além de transtornos financeiros, a desmotivação de sua equipe.

 Quando você olha para as dificuldades inerentes à mudança na gestão de Recursos Humanos de sua empresa, a sensação de impotência ou mesmo medo podem travar essa iniciativa. Mas reforço que nenhuma empresa se mantém no mercado com um perfil autoritário de gestão. Muito mais importante que novas tecnologias é manter as pessoas motivadas e comprometidas com o seu negócio.

 A empresa moderna é ainda mais dependente de pessoas que as da empresas da época da revolução industrial. Apesar de toda a tecnologia disponível hoje, o capital mais caro da empresa é o humano. Não é mais plausível imaginar pessoas desempenhando funções sem realmente compreender seu papel no processo global da empresa.

Desenvolva empreendedores em seu negócio e este passará a ser o negócio de todos os envolvidos. Invista no desenvolvimento pessoal de seus colaboradores, faça eles participarem de seu processo decisório. Delegue funções. Busque inteligência e não obediência. Busque ouvir mais as pessoas e pensar nelas como Capital Humano. Quanto vale um profissional diferenciado no mercado? E se este profissional estiver em seus quadros, necessitando apenas ser lapidado? Quanto vale uma idéia de melhora em seu produto ou serviço? Você já percebeu que a solução de diversos problemas já existe e que as pessoas podem ter medo de apresentá-la?

 Medo, ignorância e reatividade combinam mais com um feudo da idade média do que com uma empresa moderna.


Alex Kunrath, Consultor Sênior 



A IDAti é empresa de Consultoria e Treinamento especializada em Reestruturação Comercial (Marketing e Vendas integrados) de Porto Alegre, RS, com atuação nacional.
www.idati.com.br/consultoria

Conheça nossos cursos online e tenha acesso à materiais exclusivos para download:



O site Aulas de Negócios é um compêndio de materiais de consultoria e treinamento desenvolvido pela IDAti e seu conteúdo é protegido pela Lei nº 9.610, de 1998. Todos os materiais são para seu desenvolvimento pessoal e profissional, sendo que a replicação desses conteúdos em sites, aulas, palestras e consultorias, sem a prévia autorização, será considerada crime de violação de direitos autorais.

Postagens mais visitadas deste blog

O que é Marketing Omnichannel?

Estamos diante de um conceito da moda. Omnichannel ou em bom português onicanal. É importante a abertura do termo, já que o prefixo ONI exprime a noção de “todos”, facilitando a compreensão de que o Marketing Onicanal nada mais é que a utilização de todos os canais de interação com clientes e pessoas em geral. De que se tratam “todos os canais”? A união entre estratégias e ferramentas online e offline. Um rápido vídeo explicativo sobre o assunto: Vivemos em uma sociedade conectada. Já não é possível, ou desejável, que uma organização utilize apenas estratégias offline para se comunicar com o público. Imagine que você utiliza panfletos para divulgar seu trabalho. No panfleto é desejável que existe um meio de digital de apresentação da sua proposta, seja um site, uma página em redes sociais ou mesmo um vídeo explicativo. Grandes empresas varejistas também estão trabalhando de forma integrada suas lojas virtuais e físicas, buscando que os clientes tenham uma experiên...

O Brasil está estagnado. E agora?

Não é novidade para nenhum empresário brasileiro que a situação do mercado nacional está complicada. Os resultados das eleições presidenciais foram positivos, porém a falta de resultados tangíveis do governo atual trouxe recuos por parte da sociedade no que tange investimentos. A situação é bastante complexa. Mas posso afirmar que esperar pela aprovação de projetos e reformas é um erro. E esse erro está sendo o padrão nos negócios nacionais. Por que é um erro? Porque reflete falta de capacidade estratégica. Perceba, a competição segue, o mercado segue, mesmo que menos aquecido. A concorrência nesse momento é maior que em ambientes de bonança econômica. O que os gestores estão esperando? Que milagrosamente a economia volte a crescer para que todos tenham maiores fatias de mercado devido ao aumento da demanda? Isso é estratégia? Tenho ouvido dois tipos básicos de relatos, totalmente antagônicos, de empresários com visões antagônicas: I)    ...

Estudo de Caso - A Empresa de Cursos SA

Ambiente Em 2009 as empresas ligadas à educação enfrentaram uma situação atípica. Devido à crise econômica mundial e à gripe A, instalou-se um receio quanto a investimentos por parte dos clientes. A crise influenciou o temor do desemprego, fazendo com que grande parte da população revisasse e priorizasse seus investimentos. Já a gripe A criou certa fobia de se frequentar ambientes fechados, tais como salas de aula, fazendo com que possíveis alunos resolvessem postergar seu ingresso em um curso. O ambiente influenciou muito as empresas de cursos livres, técnicos e especializações. A sazonalidade histórica de matrículas no segmento educacional demonstra que os picos de vendas ocorrem nos meses de março e agosto. Já os fatores externos influenciaram negativamente o desempenho das empresas do segmento em todo o período compreendido entre janeiro e agosto, trazendo um grande déficit financeiro. Apresentação da Cursos SA A Cursos SA é uma empresa com mais de 15 anos de atuaç...

Estratégias de Vendas na área da Saúde em 7 passos

Um desafio latente dos profissionais da área da saúde é vender os serviços prestados. Os conselhos impõe diversas restrições aos mecanismos tradicionais de estratégias comerciais, o que torna ainda mais complexa a tarefa de destacar clínicas ou mesmo consultórios no mercado. O caminho da venda para esses profissionais, sejam profissionais liberais ou mesmo gestores contratados, é indireto. Você não pode utilizar preços e promoções como ferramentas de divulgação. Sua comunicação basicamente será institucional, o que não permite uma conversão mais agressiva de vendas. Então, quais os caminhos para se estabelecer nesse mercado? Primeiro passo: se posicione Escolha um nicho de mercado onde vai atuar e para o qual você terá o foco de conversão de resultados mais sólido. Nenhuma empresa possui soluções para todas as pessoas. E isso inclui clínicas e consultórios.  Portanto, você deve definir seu público-alvo: qual a faixa etária, qual a renda, qual o per...

Montagem de Orçamento: Marketing e Vendas Integrados

Como montar um orçamento comercial? Essa é uma dúvida muito comum entre gestores, sejam da área de marketing ou de vendas. Esse artigo busca lhe ajudar em suas definições comerciais. Vamos iniciar de um pressuposto: Marketing e Vendas não são departamentos separados, fazem parte da mesma matriz de custos da organização. Então devem ser considerados correlatos em sua orçamentação. Nesse momento gestores de ambas as áreas já estarão arredios. Afinal, como assim fazer um orçamento conjunto? Simples. Uma área influencia a outra. Assim como ambas influenciam a produção, o financeiro, o desenvolvimento de produtos, entre tantos. Então, simplesmente opte por pensar em Vendas como uma área correlata à Marketing. Vendas fazem parte de Marketing. Ao menos na teoria, porque na prática empresarial brasileira as áreas são independentes. De forma totalmente equivocada. Vamos abrir esse conceito. Se o orçamento fosse conjunto, as métricas seriam: - Curto Prazo: 0-6 me...

Desconstruindo a Fórmula de Lançamento

A famosa Fórmula de Lançamento, desenvolvida por Jeff Walker nos Estados Unidos e trazida para o Brasil por Érico Rocha, já está no mercado nacional há alguns anos. Apenas no Brasil foram 10 lançamentos da fórmula, com mais de 20.000 alunos oriundos dessa estratégia. A pergunta a ser respondida nesse artigo é: essa metodologia vale a pena para seu empreendimento? Antes de apresentar os passos e os cenários que você irá enfrentar, gostaria de deixar uma mensagem bem clara em sua mente: em um dos momentos de vendas da fórmula é apresentado um palco com empreendedores que fizeram 6 dígitos em 7 dias, isso é, mais de 100.000 reais. O número varia, mas vamos arredondar para 200. Duzentas pessoas aplicaram com eficácia a fórmula e alcançaram esse objetivo. Pode parecer um excelente número. Mas volte ao contingente de alunos. Duzentos empreendedores de sucesso representam 1% do universo de pessoas que passaram pelo treinamento. UM POR CENTO. Chances mínimas. E nesse ar...

O melhor restaurante de Londres no TripAdvisor ... que não existe.

Como a indução das pessoas pode alavancar negócios? Opiniões em redes sociais são fidedignas? O que devemos avaliar sobre o caso? The Shed at Dulwich é uma criação de um jovem londrino que resolveu desafiar a lógica do TripAdvisor. Estamos em um momento histórico de análise de Marketing, onde a simples propaganda de uma empresa e suas referências técnicas sobre produtos e serviços já é vista como potencialmente enganosa pelos consumidores. Hoje o papel dos influenciadores é formidável na tomada de decisões de nossos potenciais consumidores. Amigos, familiares, círculos sociais, redes sociais, fóruns de interação, vídeos de outros “consumidores” (muitas vezes de maneira patrocinada) acerca a experiência que os mesmos tiveram com produtos e serviços são parte fundamental de análise para o processo de compra. Nesse sentido o TripAdvisor cresceu e se consolidou como uma das fontes de informações mais relevantes do ambiente virtual. Moradores e viajantes avaliam estabel...