Pular para o conteúdo principal

O poder do reconhecimento

No desempenho de nossas funções estamos acostumados a cobrar ou ser cobrados. Prazos, metas, entrega de relatórios e análises ... mas e quando fazemos um trabalho muito bom?


O que mantém você em seu emprego? Estabilidade? Renda? Plano de carreira? Reconhecimento? Todos os fatores são importantes, mas o que faz você realmente gostar do que faz? Racionalmente, em geral, vamos escolher oportunidades de crescimento profissional. É difícil alguém confessar que gosta mesmo é de tomar coca-cola sentado no escritório em seu ar-condicionado. E como existem os adoradores da estabilidade ... mas enfim, vamos nos ater a nosso foco e voltar ao assunto.

Tendemos a buscar reconhecimento. Isso é uma característica humana, a busca pela aceitação, seja de terceiros, seja própria, em nossas vidas. Abra seu Facebook: quantos contatos estão realmente sendo sinceros em suas postagens? A maioria quer demonstrar uma vida radiante, feliz e cheia de eventos e fatos que comprovem que são pessoas interessantes. Querem ser reconhecidos como tal.

Os mais jovens vivem em uma era de ansiedade por resultados, por reconhecimento e integração com grupos, com nichos de pessoas que compartilhem de seus ideias. Até os que dizem não desejar isso interagem com pessoas que dizem não desejar isso, que repudiam esse coletivismo ... e acabam criando um coletivo de pessoas que “detestam” o coletivo.

Já os mais velhos desejam que sua experiência seja valorizada. Querem ser visto como tutores, como guias em momentos difíceis. Mas sua opinião normalmente é rechaçada pelos jovens e apenas respeitada pelos seus pares. Outro coletivo.

Tudo faz parte da aceitação, do reconhecimento.

E nas organizações?

Você já parou para pensar em quantas pessoas você conhece que trocaram de emprego nos últimos anos? Quando justificam a troca, geralmente falam em uma oportunidade melhor. Mas o que é uma oportunidade melhor? O que é melhor para você? O que você realmente precisa?


Conheço diversas pessoas de sucesso. Empreendedores, executivos exemplares. E como tal, são acostumados aos ambientes mais inóspitos organizacionais. Afinal, tem experiência e competência suficiente para lidar com adversidades. E são cobrados por isso. Assim como já tive (e tenho) contato com jovens talentosos, que possuem as características necessárias para avançarem em suas carreiras. E como talentosos que são, possuem em sua atividade o ônus da cobrança.

Quem não é cobrado, geralmente não desempenha uma função relevante. Não se tem grandes expectativas quanto ao trabalho dessa pessoa. Para que sejamos cobrados, ou mesmo intimados a entregar resultados, precisamos ter uma função que faça diferença para o ambiente organizacional. É natural que se criem expectativas sobre o trabalho de pessoas competentes.

Assim como não é “nada mais que a obrigação” dessas pessoas entregar o resultado dentro de prazos e diretrizes determinadas para cada atividade.

E é justamente essa obrigatoriedade da entrega, essa normalidade da expectativa, que mina o sentimento de valorização do colaborador. O talentoso colaborador se torna um entregador de tarefas. Mas, se é remunerado para tanto, nada mais lógico que essa relação, não é mesmo?

Não. Gestão não se faz apenas de lógica. Gestão de pessoas se faz com procedimentos, pensamento estratégico grupal, busca por resultados e com emoção. Temos pessoas em nossas organizações, não robôs (ao menos por enquanto). E pessoas possuem diversos graus de fatores de motivação.

Obviamente existem pessoas mais emocionais, mais lógicas, assim como outras com menores níveis. E todas precisam ser gerenciadas de maneira única, individual. Existem formas diferentes de se cobrar resultados de pessoas muito emocionais, que podem inclusive se desestabilizar emocionalmente se forem cobrados de forma muito assertiva. Assim como cobrar de maneira muito emocional pessoas assertivas também resulta em uma situação desagradável.

Porém, o que todas as pessoas possuem em comum é o gosto pelo reconhecimento de um trabalho bem feito.

Um “parabéns pelo trabalho desenvolvido” ou “ficou muito bom” já são suficientes para criação de um vínculo positivo com o gestor. Nesse momento o gestor é um parceiro e reconhece seu colaborador como uma pessoa valiosa.

Existem várias formas para se “premiar” alguém com um elogio. Reservadamente, eletronicamente, pessoalmente ou mesmo publicamente, você mesmo vai encontrar centenas, ou mesmo milhares, de formas de reconhecer seu colaborador. Tudo depende da cultura organizacional, do que sua organização valoriza.

O reconhecimento também não pode ser algo gratuito, muitas vezes até ensaiado. O chavão não motiva ninguém, apenas transforma o gestor em alguém dissimulado na visão dos colaboradores. Mas valorizar pessoas é algo crucial para manter a harmonia de sua equipe.

Se alguém já tem um salário condizente com suas necessidades e desejos, trabalha em uma organização que valoriza seus colaboradores e que oferece possibilidade de crescimento, o que faz esse individuo trocar de emprego? E se o colaborador possui o sentimento de lealdade, de identificação com os valores da empresa e de seus gestores? Ele simplesmente troca de emprego?

Reconhecimento é uma das formas mais eficientes de criar elos emocionais com seus colaboradores. E uma das menos onerosas de manter talentos. 

Alex Kunrath, Consultor Sênior 
IDAti Consultoria e Treinamento: 
www.idati.com.br



A IDAti é empresa de Consultoria e Treinamento especializada em Reestruturação Comercial (Marketing e Vendas integrados) de Porto Alegre, RS, com atuação nacional.




Conheça nossos cursos online e tenha acesso à materiais exclusivos para download:

Postagens mais visitadas deste blog

OS NOVOS HORIZONTES DO COMÉRCIO COM BIG DATA

A utilização do Big Data é uma forma abrangente e inteligente de pensar no tratamento de dados para abordagem comercial. E as aplicações desses conceitos têm se mostrado especialmente úteis com resultados para empresas varejistas, sejam elas físicas ou virtuais. Na era digital em que estamos vivendo, praticamente quase todas as ações tomadas pelo consumidor principalmente no ambiente da internet em relação a um site ou pesquisas  de produtos deixam rastros (clickstream )— e isto não se restringe somente ao  varejo online ou e-commerce. Essas informações estão disponíveis para estruturação e consequente utilização com fins comerciais, no caso do varejo, para aumentar vendas, ticket médio, aquisição e retenção de clientes. Para exemplificar de forma  simples e familiar para a maioria das pessoas de como o Big Data já é usado em larga escala pelo varejo veja esta situação: Você pesquisa por um determinado produto em um e-commerce, verifica opções, compara pre...

O que é Marketing Omnichannel?

Estamos diante de um conceito da moda. Omnichannel ou em bom português onicanal. É importante a abertura do termo, já que o prefixo ONI exprime a noção de “todos”, facilitando a compreensão de que o Marketing Onicanal nada mais é que a utilização de todos os canais de interação com clientes e pessoas em geral. De que se tratam “todos os canais”? A união entre estratégias e ferramentas online e offline. Um rápido vídeo explicativo sobre o assunto: Vivemos em uma sociedade conectada. Já não é possível, ou desejável, que uma organização utilize apenas estratégias offline para se comunicar com o público. Imagine que você utiliza panfletos para divulgar seu trabalho. No panfleto é desejável que existe um meio de digital de apresentação da sua proposta, seja um site, uma página em redes sociais ou mesmo um vídeo explicativo. Grandes empresas varejistas também estão trabalhando de forma integrada suas lojas virtuais e físicas, buscando que os clientes tenham uma experiên...

Não existem atalhos para o Gestor

Está cada vez mais comum e crescente a busca por soluções mágicas para os negócios. E isso está mais relacionado com a incapacidade pessoal dos gestores e empreendedores que com a validade de formalismos. Qual a grande evolução gerencial das últimas décadas?  Pessoas são um desafio constante, a execução de estratégias, formar um ambiente inovador na sua empresa, redesenhar e agilizar processos, satisfazer e captar clientes cada vez mais exigentes. Isso não é novidade.   A novidade é que existe um verdadeiro deserto de ideias realmente inovadoras e que se enquadrem nos moldes de cada organização. Cada empresa é única. Pessoas são únicas. Estratégias são altamente complexas se configuradas envolvendo diversas áreas e especificidades.   Isso cria uma fórmula de sucesso. Foco, interação entre áreas, pessoas altamente engajadas com o futuro organizacional.  Mas essa estrutura de inovação constante é rara devido à alta complexidade de al...

O que está por trás da censura no Facebook e no Youtube?

Você já deve ter visto diversas pessoas falarem sobre o tema. Estão perdendo relevância, seus conteúdos não chegam para inscritos ou contatos nas redes sociais. E isso é verdade. Nesse artigo você vai entender como funciona essa sistemática. A eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos iniciou uma mudança nos algoritmos dessas redes, assim como um controle de palavras-chave e relevância. Pessoas que se tornaram engajadas em temáticas polêmicas sofrem com o chamado Shadowban. ·       O que é Shadowban? Em bom português, o shadowban é o banimento para as sombras, isso é, estão escondendo pessoas e canais em redes sociais. Os “escondidos” não são preferência em buscas espontâneas, tais como os “vídeos mais assistidos”, diminuindo a atração de novos seguidores, assim como a cada publicação aparecem para uma parcela cada vez mais restrita de seus seguidores ou inscritos. No caso de um perfil pessoal, uma parcela ínfima de ...

COMO ELABORAR UM FUNIL DE VENDAS EXTERNAS?

Dentro da gestão comercial, o controle de funis de vendas é uma etapa fundamental de aferição dos resultados da equipe e previsão de resultados. No que tange vendas online, temos diversas ferramentas disponíveis. A visão de etapas é simples: - Atração de um público-alvo (leads) - Interagir via conteúdos e soluções direcionadas para esse público - Oferecer uma solução direcionada - Controle de entradas - Controle de desistências - Remarketing ou Interações diretas para tratamento de objeções - Efetivação da Venda ou Volta para a etapa de Interação E presencialmente em vendas externas? Se no ambiente online temos o controle dos passos dos usuários, nas vendas externas nos deparamos com o trabalho do vendedor. E esse pode ou não estar nos fornecendo subsídios para analisar o funil de vendas. Onde está a chave? No relatório de visitas. A ampla maioria dos gestores exige relatórios de visitas. Mas esses relatórios comumente não apresentam informaçõ...

Estratégias de Vendas na área da Saúde em 7 passos

Um desafio latente dos profissionais da área da saúde é vender os serviços prestados. Os conselhos impõe diversas restrições aos mecanismos tradicionais de estratégias comerciais, o que torna ainda mais complexa a tarefa de destacar clínicas ou mesmo consultórios no mercado. O caminho da venda para esses profissionais, sejam profissionais liberais ou mesmo gestores contratados, é indireto. Você não pode utilizar preços e promoções como ferramentas de divulgação. Sua comunicação basicamente será institucional, o que não permite uma conversão mais agressiva de vendas. Então, quais os caminhos para se estabelecer nesse mercado? Primeiro passo: se posicione Escolha um nicho de mercado onde vai atuar e para o qual você terá o foco de conversão de resultados mais sólido. Nenhuma empresa possui soluções para todas as pessoas. E isso inclui clínicas e consultórios.  Portanto, você deve definir seu público-alvo: qual a faixa etária, qual a renda, qual o per...

Apple: a Maçã apodreceu?

Perfis de liderança: o caso da Apple Nesse artigo vamos analisar perfis clássicos de liderança, fugindo dos modelos atuais de autoajuda empresarial. Nos anos 60, Antony Jay, um dos mais brilhantes pensadores da gestão moderna, descreveu 3 tipos de gestores: Iode, Comissário e Híbrido. O Gestor Iode O Iode é um profissional altamente criativo. Sua capacidade de criar é muito acima da média. Porém, não se trata de um executor de tarefas e sim um criador de tendências e modelos. O Gestor Comissário O Comissário é um gestor extremamente abnegado às tarefas e prazos, sendo um gestor capaz de produzir o objetivo fixado de forma pragmática e dentro de prazos. Sua visão de processos é ímpar. Porém, não se trata de um profissional criativo, longe disso. O Gestor Híbrido Esse é o perfil mais raro de gestor, sendo capaz de criar e executar tarefas de maneira extremamente competente. Perceba que estamos tratando de 3 perfis de liderança, sendo dois rivais ...